sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ovelhas no deserto


"Todos nós, que fazemos parte da humanidade, somos a ovelha perdida que, no deserto, já não encontra o caminho. O Filho de Deus não tolera isto; Ele não pode abandonar a humanidade numa condição tão miserável. Levanta-se de ímpeto, abandona a glória da cruz, carrega-a sobre os ombros, leva a nossa humanidade, leva-nos a nós mesmos. Ele é o bom pastor, que oferece sua vida pelas ovelhas. (...)

A santa preocupação de Cristo deve animar o pastor: para ele não é indiferente que tantas pessoas vivam no deserto. E existem tantas formas de deserto. Há o deserto da pobreza, o deserto da fome e da sede, o deserto do abandono, da solidão, do amor destruído. Há o deserto da obscuridade de Deus, do esvaziamento das almas que perderam a consciência da dignidade e do caminho do homem. Os desertos exteriores multiplicam no mundo, porque os desertos interiores tornaram-se tão amplos. (...)

Não é o poder que redime, mas o amor! Esse é o sinal de Deus: Ele mesmo é o amor.
Quantas vezes nós desejaríamos que Deus se mostrasse mais forte? Que atingisse duramente, vencesse o mal e criasse um mundo melhor. Todas as ideologias do poder se justificam assim, justificando a destruição daquilo que se opõe ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos pela paciência de Deus.
E de igual modo todos temos necessidade de sua plenitude. O Deus, que se tornou cordeiro, nos diz que o mundo é salvo pelo Crucificado e não por quem crucifica.


O mundo é redimido pela plenitude de Deus e destruído pela impaciência dos homens."

(Papa Bento XVI trecho do discurso inaugural do Santo Padre aos 20 de abril de 2005)

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