sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A impontualidade do amor!




Você está sozinho...
Você e a torcida do flamengo.

Em frente à TV, devora dois pacote de Doritos enquanto espera o telefone tocar.
Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora: um amor novinho em folha. Trimmmmmm!!!!
(é sua mãe, quem mais poderia?) Amor nenhum faz chamada por telepatia. Amor não atende com hora marcada.

Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase "galinha", sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí.
Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras.
O amor dá meia volta, volver.

Por que o amor nunca chega na hora certa?
Agora por exemplo, que você está de banho tomado, de camisa e jeans...
Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana pro cinema.
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retratos, e começou a gostar de jazz.
Agora que você está com o coração as moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém, que nem te enxerga
e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você.
Ou então fica arrasado porque não foi a praia no final de semana: toda a sua turma está lá, agarrando-se uns aos outros.

Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio na locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo - na locadora - irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.
O amor é que nem tesourinha de cortar unha: nunca está onde a gente procura.
O jeito é direcionar o radar para o norte, sul, leste e oeste.
Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar na última cadeira de um ônibus, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo no computador, dando o maior mole...

O amor está em todos os lugares, VOCÊ QUE NÃO PROCURA DIREITO.
A primeira lição está dada: O amor é onipresente.
Agora a segunda: ele é imprevisível.

Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar a luz de velas, no dia dos namorados.
Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês.

Você vai ouvir "eu te amo" numa terça feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão. E as flores vão chegar no dia que você tirar a carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza.

IDEALIZAR É SOFRER!


(Luis Fernando Veríssimo)

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