sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Lady Macbeth e Macbeth

"Por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher..."
Era um barão de Glamis, que por ter sido tão valente e bem sucedido na batalha, foi saudado por feiticeiras como Barão de Cowdor, e como Rei da Escócia... Profecia perturbadora.
Tão perturbadora que contou à mulher em carta. Ele estava dividido entre ser poderoso ou ser digno e fazer o que é certo. Ouvia de um lado o grito do desejo de grandeza, de outro o sussurro da consciência. Uma luta interior que o perseguia.
Tornou-se por merecimento Barão de Cowdor. Tinha tanto desejo quanto medo do que intencionava fazer: matar o rei e roubar-lhe o posto. Oh, que dilema cruel!

Não para ela:
Lady Macbeth, sua esposa, sabia exatamente o que queria: ser rainha da Escócia.
E para isso arquitetou tudo: a droga na bebida dos súditos de Duncan, os punhais manchados do sangue colocados nos criados do próprio rei a fim de incriminá-los, o desespero fingido após receberem a notícia... Tudo meticulosamente calculado.
Uma mulher fria, calculista, sem nenhum remorso ou culpa dos atos terríveis. Forte e destemida. Provocante e cruel!

Um plano perfeito! Sem possibilidade de dar errado, extremamente bem traçado... Exceto pela tal consciência perturbadora; que levou embora todo o juízo do rei e rainha da Escócia.
Enlouqueceram
Perderam completamente qualquer fio de sanidade.
Já não eram amantes, cúmplices, parceiros...
Já nem mais se enxergavam um ao outro.
Ficaram cegos pela loucura.

Esse sangue nunca mais sairá de suas mãos.
Não ficarão limpos.
Nem as mãos, nem as almas.
Estão condenados a conviver com seus fantasmas.
Eles traçaram a própria condenação.
As vozes em suas cabeças não cessarão jamais...


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