segunda-feira, 7 de maio de 2012

Olhar de criança

"Titia essa minha tarefinha, é meu presente pra minha mãe. Pra entregar só no dia das mães. Por isso ta dobradinho, por que é segredo. Eu que fiz. Vou deixar guardado e só entregar no dia pra mamãe"

Feito pelo filho: um presente tão delicado, tão precioso, desenhado e tão detalhadamente preenchido de cores por aqueles dedinhos minúsculos... Ahhh pena que a gente perde a capacidade de presentear de maneira tão original.
Os presentes tem que ser caríssimos, DE MARCA, DO ANO, melhor ainda se forem EXCLUSIVOS, SOB MEDIDA e INCORRUPTÍVEIS.
Mas eles são comprados nas lojas... 
e as melhores coisas da vida são de graça. Triste é que a gente não valoriza mais...
É na pequenas coisas que a gente percebe o quanto os adultos são estranhos.
As crianças são assim:  tão puras, simples, desprendidas, sinceras...

A gente exige tanto, reclama tanto, precisa de tanto pra ser feliz.
As crianças não. Se alegram com coisas mínimas, com quase nada.

Gente grande acha que precisa de tanto
e na verdade nada satisfaz, nada preenche... nada completa.

E teimamos em ensinar as crianças.
Quanta presunção!!!
Quem dera não perdêssemos jamais a capacidade de aprender com elas.
 Quem dera nunca morresse a criança de dentro da gente.
De cada adulto.
De cada adulto que se torna mesquinho, frio e egoísta.
Se uma faísca de criança permanecesse... seríamos capazes de amar com mais qualidade.

E não é preciso muito: basta observar e aprender com os pequeninos.
Os verdadeiros mestres.




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