terça-feira, 30 de agosto de 2011
Distância
E quando uma fã acorda cedo, de madrugada, enfrenta quilômetros, enfrenta horas, enfrenta empurrões, perde o dia de trabalho, perde noite de sono, corre riscos, briga por um lugarzinho mais perto... Chora, faz loucuras únicas, e no fim... mal consegue um olhar de canto de seu ídolo?
E quando uma mãe fica na espreita, em silêncio esperando uma confidência do filho? um voto de confiança que não vem... que muitas vezes prefere dividir a vida com todo mundo, menos com quem lhe deu a vida... E quando a espera não resulta em nada?
E quando o amor precisa sofrer a dura, a cruel prova de permanecer longe? E quando o vínculo se estabele a partir de um relacionamento virtual? E quando olhando pra realidade a possibilidade de concretizar é quase inexistente?
E quando a felicidade parece estar onde você não está? Num outro planeta talvez... Em outra dimensão?
E quando você precisa soltar as mãos no Adeus?
Quando a morte tira do alcance da visão quem na vida te fez tão bem?
É o que a distância faz: ela, a distância... que faz com que a gente quase chegue lá, quase consiga um aperto de mão da pessoa admirada. a distância é o quase.... e continuamos invisíveis...
ela, a distância que faz com que sejamos estranhos pras pessoas de nossa própria casa, muito embora nos tornemos próximos (íntimos) de gente que nunca vimos na vida pessoalmente.
ela, a distância que separa fisicamente gente que se ama... e corrompe o amor, e mina o amor... e faz morrer aos poucos!
ela, a distância que não permite o encontro, que faz germinar a desconfiança, que vai gelando os corações... a distância que leva embora nossa capacidade de reconhecer precisar do outro...
Ela que segundo a física é a medida de separação entre dois pontos Ela que tudo separa que é o antônimo da presença.
Difícil me acostumar numa sociedade distante, e terrível admitir que faço parte dessa geração que se distancia sempre mais ( que se aproxima por conveniência e se separa por medo do ridículo).. Por que ?
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