quarta-feira, 18 de maio de 2016

Rascunhos

É tudo tão medido, pensado, calculado, analisado conferido organizado e sufocante...
Tudo dentro da métrica exata
De acordo com os parâmetros, as normas, as regras de boa conduta, as leis invioláveis
Tão exato
Tão correto
Tão lógico

O relógio não marca o tempo: é o cruel algoz que me leva adiante, minuto a minuto.
Sempre a mesma rotina
Incessantemente.

Me perdi nas agendas nos cronogramas na rigidez da pontualidade e da cobrança.
Perdi a prática de rir a toa... do ridículo, do corriqueiro, do extravagante ao simples.
Rir se tornou rotina, parte da trama. Virou negócio, estereótipo, clausura... Estou presa ao que se espera de mim: a menina engraçada que contagia o ambiente. É só mais uma personagem. É ficção. É irreal.

Me faz falta...
Gargalhar sem motivo
sair sem hora
contemplar estrelas
dar as mãos a um amigo e apenas sentir o calor
abraçar sem pressa
andar sem planos
Fugir da agenda
Me surpreender...

A ausência disso está me sufocando
Falta-me mais que aventura...
Falta alçar voo

Rasgando o itinerário...
O plano é não planejar...

CARPE DIEM, GAROTINHA..!!!

QUEM SABE A VIDA É NÃO SONHAR?
Ou, sonhar todo o tempo e continuar sempre em frente?