terça-feira, 30 de outubro de 2012

Aprendi

Tudo é aprendizado.

Eu por muitas vezes levei uns tombos,

em outras eu só obtive o silêncio como resposta para minhas orações.


Foi aprendizado.

Quando a vida me esbofeteou, e eu tive que ser forte, resistir e não reclamar.

E me vi só.


Foi sempre aprendizado.

Quando eu exigi de mim mais do que podia

e não me permiti errar, e me culpei em excesso.


Aprendi a duras penas

custou-me muito

E nem sempre eu percebi que era tudo parte de meu crescimento.


Eu precisava de cada tombo pra aprender

De cada desacerto, cada momento de aridez e inquietude.


Inquieta.

Assustada.

Amedrontada.

Insegura

Aflita

Eu tive medo diversas vezes

Quis desistir outras tantas

Eu fui obrigada a conhecer meus limites e desafiar-me a ir mais além...


Eu precisei de tudo isso pra ser hoje a mulher que sou.

Antes uma menina, autosuficiente, exibida, frágil.

Hoje uma mulher que aprendeu:


Eu não consigo suportar o peso do mundo em minhas costas.

E não devo tentar.

Foi o maior aprendizado que tive da vida até hoje!


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Águias

"Voar exige técnica e perseverança. As aves aprendem a voar, muitas vezes com risco da própria vida. Em jardins e bosques, pequenas aves aprendizes tornam-se vítimas de predadores oportunistas. Com as águias a história parece mais complicada ainda. A mamãe águia empurra o filhote para fora do ninho, caso ele não salte por iniciativa própria. Mas ela pula junto e acompanha seu desempenho. Se o filhote não conseguir voar, a mamãe faz as vezes de rede de segurança e o recolhe, trazendo-o de volta ao ninho. Passado o sufoco, ela joga o bichinho outra vez, até que ele voe por si mesmo."


Minhas asas sempre estiveram aqui. Vieram comigo. Deus já me presenteou com todos os talentos que eu precisaria. Contudo, eu não poderia descobrir sozinha até que ponto eu seria capaz de ir. 
Precisei de um impulso. Não conhecia minhas potencialidades até o momento em que foram, gradativamente, postas à prova.
Eu não poderia voar, ficaria para sempre no ninho, se não me fosse dada a oportunidade de águias corajosas, determinadas, apaixonadas ... que cruzaram meu caminho.

"É assim que se pega no lápis"

"Eu sei que você pode mais que isso"
"Você é capaz, me mostra o que sabe fazer"
"Ficou ótimo, agora ajude seus colegas"
"Eu quero te ajudar, mas você precisa tentar"
"É sua vez, eu não posso fazer por você"
"Refaça: preste atenção no que está fazendo"
"Leia o que está pedindo. Faça com calma"
"Faça a leitura para a classe. Eu ajudo você"
"Aplausos para a colega: ela realmente estudou pra a prova. Sigam o exemplo"

Eu não deixaria de ser uma ave. No entanto, jamais poderei saber que tipo de ave eu seria...

Provavelmente eu sequer sairia do ninho. Ficaria esperando pela vida e morreria sem saber da aventura de correr o risco, de me lançar. Eu não poderia descobrir o alcance do meu vôo... seria uma vida breve e sem sentido.
Deus, em sua sabedoria infinita, quis que eu precisasse do impulso...

Grandes mestres, os maiores, me empurraram pra vida.

Mostraram que a vida não é debaixo das asas protetoras dos educadores, 
que a minha vida eu traçaria a partir dos meus voos. Que todos os desafios eu teria que enfrentar, basicamente "sozinha"; e muito embora o desejo de me acompanhar fosse grande, esses mestres bem sabiam que eles só dariam o impulso.
A velocidade, a força, a garra, o alcance do meu voo quem determinaria seria eu mesma.
Mas o fato é que o primeiro voo, sempre teve um mestre pra me jogar, me empurrar... E me observar voar.

É lindo isso.

É fantástico!
O verdadeiro show da vida acontece entre quatro paredes, no lugar mais simples do planeta e o impulso parte dos seres extraordinários que se doam por tão pouco reconhecimento e tamanha ingratidão.


Sala de aula.

Foi onde dei meu primeiro voo, de muitos.
Eu aprendi muito mais do que histórias de um povo, do meus país, da sociedade. Muito mais do que latitude, longitude, fórmulas e conceitos, leitura de mapas e os elementos da tabela periódica. Foi muito além de regras gramaticais, conjugações verbais e ler nas entrelinhas... interpretar.
Eu aprendi a ser gente
conviver com gente
respeitar.
Que meu direito acaba onde começa o do outro.
E que pessoa nenhuma deve ser diminuída ou desvalorizada.
Aprendi a esperar a vez de falar. Aprendi o quanto um abraço vale. E que nem sempre vou acertar
Aprendi que é meu próprio limite que eu preciso aprender a superar; e o objetivo não é ser melhor que os outros, mas que eu mesma.
Foi lá... numa cadeira simples, desconfortável até, num dia quente que eu aprendi a admirar essas águias.
E meu aplauso de pé hoje é pra esses que merecem tapete vermelho, holofotes e que nos curvemos diante deles... 
Esses que nossa sociedade está longe de mensurar o valor deles, e tratá-los com a consideração que lhes cabe!

Aos mestres, que ajudaram a tecer quem eu hoje sou....


OBRIGADA PELA ENTREGA DE VOCÊS!


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Maninho

 

 

Um guerreiro...

que não se cansa, não desiste, não entrega os pontos e sabe exatamente onde quer chegar!


Projetando sonhos

traduzindo em traços, em plantas, em slides, no mais concreto possível o abstrato que povoa o imaginário de cada cliente.


Um iluminado

que tem um brilho nos olhos que vê além, que acredita nas pessoas, que não se abala facilmente.


Contagiando o mundo

com um sorriso que cabe em todo lugar. Que a todos cativa e que consegue encher todo o ambiente onde ele está.


Um determinado

que se entrega de tal maneira no que faz, que não sobra espaço pra lamúrias; nem há cansaço que o faça parar de ir em busca dos sonhos.


Ele que se faz respeitar pela inteligência, coragem e entusiasmo.

Ele que tem grande paixão pelos seus,  e que se faz presente nos momentos mais preciosos.

Ele é presente. É um presente!


Ele que hoje completa seus (vinte e dois?) anos, e que tem essa audácia de parecer mais jovem a cada ano. Audácia de ser mais jovem que a própria irmã (eu que sempre me disseram que nasci depois... to começando a duvidar)


Saulo Lopes Machado

 

sendo uma das criaturas que conviveu com ele mais tempo nessa vida (não tanto quanto eu gostaria)... 

ouso nessa data tão especial falar algo sobre e para você MEU IRMÃO


O herói

o cúmplice

o exemplo

o espelho

o orgulho


Ainda que eu tivesse um grande talento e conhecesse todas as palavras do nosso vocabulário, ainda assim, não saberia descrever nem explicar o quão precioso és pra mim.

 

Tenho saudade de nossas guerras de travesseiro (e de como fingíamos estar dormindo quando mamãe chegava)

Tenho saudade de como íamos juntos pra escola, e do quanto sempre me espelhei na sua dedicação e inteligência.

Tenho saudade de ficar esperando você chegar, chorando, com sono e com medo que algo tivesse lhe acontecido, meu único irmão.

Sinto falta de almoçarmos juntos.

Sinto falta até do seu silêncio quando está bravo, ou triste, ou pensativo.


Sinto falta dos altos papos, de sua tranquilidade, e da sua precisão.

Sinto falta de te contar meus segredos, te ajudar a comprar roupa (opinião feminina) e de como você me acha linda quando está bêbado.

 

Eu sei que nesse dia você receberá inúmeras homenagens, numerosos abraços e (quem sabe) presentes.

De mim você não ganhará nada além



Desse grande amor que lhe devoto e que nada nessa vida vai mudar.

TE AMO MANINHO



Sua irmã preferida (você não tem escolha)...